domingo, 3 de abril de 2011

Por favor, eu quero ser vice!


Era uma vez um sábado, um dia depois do dia da mentira. Era um sábado de feira, quente, agitado, engarrafado pelos carros, alguns com o som estridente e um vai e vem danado de gente comprando e tomando sorvete de jabuticaba debaixo de um sol escaldante. Mas ninguém reclamava. Parecia um “acordo branco”.

Aproximava-se a hora do almoço, o corre-corre aumentava e uma viagem estava pela frente. Os passageiros suados e cansados pediram para ligar o rádio, um momento pra respirar fundo e encarar alguns quilômetros. Mas essa música, com toda sua “letra”, não caiu bem. O jeito foi procurar uma estação de rádio e estava lá um candidato se lançando a vice-prefeito, mas transvestido de candidato a prefeito. A prova inconteste disso foi a demonstração de ouvintes “escalados” para ligar e atrapalhar a entrevista que ficou travada.

Porém, um sopro divino, um milagre aconteceu: alguém liga e diz que tudo não passava de cartas marcadas, que nada de novo vai surgir e conta o mesmo blá blá blá de sempre e definitivamente inibe qualquer reação do pré- candidato a prefeito que sonha em ser vice, de qualquer lado, não importa. E alertou: cuidado com esses conchavos entre os que fazem a oposição e a situação na cidade. Mas não podia faltar a romaria dos que ligavam, elogiavam e depois corriam para os estúdios da emissora para serem vistos e quem sabe receber o generoso convite para degustar uma saborosa galinha à cabidela. Tudo pelo apoio.

Fica a certeza que o “bom mineiro”, apesar da fala mansa, costuma “engolir” uma parte das palavras, mas em verdade, nós teremos que engoli-lo no final.

“ Vou não, quero não, posso não...”, o jeito foi deixar tocar, aquela música que não queríamos ouvir, mas era a única que a taxista trazia na sua coleção.

Cid Cordeiro

Um comentário:

  1. Muita gente boa em Guarabira, não só sabe do acordo Paulino X Toscano como participa de todas as reuniões que é realizada a cada 8 anos. Veja o que acontecerá daqui a 8 anos e voce terá a confirmação. Agora, é preciso tira a venda dos olhos.

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