Para Maranhão, falar num debate é um sacrifício. Ele fala como quem tira uma roupa em chamas. Torcendo pra terminar logo. Foi assim que o governador se apresentou no debate de ontem na televisão Band.
No lado oposto, o principal adversário, ex-prefeito Ricardo Coutinho, acabou atendendo às expectativas. Mostrou-se à vontade no debate para lançar propostas de governo específicas e ainda dirigir críticas ao governo atual.
Quem já foi aos discursos do ex-prefeito e assistiu ao debate de onde, certamente, deve ficar se perguntando: “Por que ele não fala desse jeito nos comícios?”. Nos comícios, Ricardo não tem “time” certo: se prolonga muito.
No debate, mostrou um tempo certo. Poucas vezes, terminou a fala depois do tempo. Já Maranhão acabou falando as melhores coisas quando o tempo acabava.
Além disso, o ex-prefeito ainda teve algumas sortes no sorteio. Foi perguntado sobre segurança pública logo no começo, respondeu bem e ganhou moral pro resto do embate. Prometeu aumentar salários dos policiais, contratar concursados, gastar 5% da receita em frentes de trabalho para obras de infra-estrutura, fazer com que a agricultura seja responsável por 10% do PIB e ainda provocou Maranhão sobre a história de Lula.
O governador patinou nas respostas e quando teve a oportunidade de provocar Ricardo Coutinho, seja pela aliança com o que chama de “fichas sujas”, seja por erros na prefeitura de João Pessoa, o governador preferiu falar em combate às drogas. Foi uma droga.
Tanto que Maranhão, que lidera as pesquisas, deve ter saído do debate direto para uma reflexão. Muito treino para se superar ou ausência nos próximos embates televisivos, como muito assessor já recomendava. Não se dá pra dizer se um ou outro candidato conquistou ou perdeu votos diretamente.
No caso de Ricardo Coutinho uma certeza: o desempenho do ex-prefeito valeu pra animar a militância. Para ele, o ideal seria um debate um dia sim e outro não.
Blog do Luís Tôrres
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