O ex-vereador Lucas Porpino envia através e-mail um artigo publicado no Jornal do Comércio, do Recife, na última terça-feira (17).
Leia e comente:
"A Paraíba é um Estado economicamente promissor, tanto pela variedade de suas regiões geográficas, quanto por seus recursos naturais. Entretanto, ao longo de sua história, vem enfrentando muitos dilemas políticos. De uma hora para a outra aparecem nuvens escuras nos horizontes políticos, prenunciando tempestades. Tais conflitos trazem reflexos negativos para a economia do Estado, que se arrasta, mesmo agora que o País vem dando sinais de soerguimento econômico. Diferente é o vizinho Estado de Pernambuco que, livre de resistências perniciosas, desliza veloz em correntezas saudáveis.
Sem querer ferir o brio dos paraibanos, trata-se de um Estado travado, a bem da verdade, travado politicamente. Desde muito tempo, antes mesmo do assassinato de João Pessoa - há pouco tempo revivido pela imprensa pernambucana - incontáveis governadores paraibanos já haviam tido seus mandatos interrompidos, ou por morte, ou por assassinato, ou por renúncia, ou por cassação. Trata-se, portanto, de um Estado que apresenta uma vida institucional instável, repleta de acidentes e marcada por algumas tragédias.
Em razão de sua economia frágil e da falta de pujança do setor privado, a sobrevivência da população torna-se muito dependente do empreguismo público. Aí, começam as brigas, as dissensões, as puxadas de tapete, as traições, os adesismos de última hora e outras mazelas prejudiciais à saúde do Estado.
Por falar em adesismo, lembro que, até 1889, a Paraíba era monarquista ferrenha, tendo o experiente político paraibano Silvino Elvídio Carneiro da Cunha, Barão de Abiaí, declarado: "Quando mesmo a República domine em toda parte, a Parahyba estará firme ao lado do throno!" Engano, senhor barão! Engano! Tão logo se espalhou a notícia de que o imperador D. Pedro II havia sido deposto e partira com a família real para Portugal, a Paraíba anoiteceu monarquista e amanheceu republicana. De lá para cá é só o que se vê: cenas de mimetismo político espetaculares.
Em decorrência dos impasses políticos, as lideranças cada dia mais se fragilizam, os negócios do governo ficam passando de mão em mão, como se fossem uma moeda de pouca valia, e os destinos do povo caminham em profunda incerteza.
Cada incidente deixa um nó jurídico a ser desatado pelos tribunais e uma ferida política aberta, pior ainda, sangrando. Um impasse ao lado do outro não deixa espaço para se pensar em ações voltadas para desenvolvimento econômico e o bem-comum do operoso povo paraibano.
Como nenhum grupo político cede, a briga se repete em ciclo vicioso, prejudicando um Estado, cujo povo é batalhador e incrivelmente talentoso.
Creio que é preciso e urgente uma reforma das consciências políticas para mudar esse quadro".
Pedro Nunes Filho é escritor
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"A Paraíba é um Estado economicamente promissor, tanto pela variedade de suas regiões geográficas, quanto por seus recursos naturais. Entretanto, ao longo de sua história, vem enfrentando muitos dilemas políticos. De uma hora para a outra aparecem nuvens escuras nos horizontes políticos, prenunciando tempestades. Tais conflitos trazem reflexos negativos para a economia do Estado, que se arrasta, mesmo agora que o País vem dando sinais de soerguimento econômico. Diferente é o vizinho Estado de Pernambuco que, livre de resistências perniciosas, desliza veloz em correntezas saudáveis.
Sem querer ferir o brio dos paraibanos, trata-se de um Estado travado, a bem da verdade, travado politicamente. Desde muito tempo, antes mesmo do assassinato de João Pessoa - há pouco tempo revivido pela imprensa pernambucana - incontáveis governadores paraibanos já haviam tido seus mandatos interrompidos, ou por morte, ou por assassinato, ou por renúncia, ou por cassação. Trata-se, portanto, de um Estado que apresenta uma vida institucional instável, repleta de acidentes e marcada por algumas tragédias.
Em razão de sua economia frágil e da falta de pujança do setor privado, a sobrevivência da população torna-se muito dependente do empreguismo público. Aí, começam as brigas, as dissensões, as puxadas de tapete, as traições, os adesismos de última hora e outras mazelas prejudiciais à saúde do Estado.
Por falar em adesismo, lembro que, até 1889, a Paraíba era monarquista ferrenha, tendo o experiente político paraibano Silvino Elvídio Carneiro da Cunha, Barão de Abiaí, declarado: "Quando mesmo a República domine em toda parte, a Parahyba estará firme ao lado do throno!" Engano, senhor barão! Engano! Tão logo se espalhou a notícia de que o imperador D. Pedro II havia sido deposto e partira com a família real para Portugal, a Paraíba anoiteceu monarquista e amanheceu republicana. De lá para cá é só o que se vê: cenas de mimetismo político espetaculares.
Em decorrência dos impasses políticos, as lideranças cada dia mais se fragilizam, os negócios do governo ficam passando de mão em mão, como se fossem uma moeda de pouca valia, e os destinos do povo caminham em profunda incerteza.
Cada incidente deixa um nó jurídico a ser desatado pelos tribunais e uma ferida política aberta, pior ainda, sangrando. Um impasse ao lado do outro não deixa espaço para se pensar em ações voltadas para desenvolvimento econômico e o bem-comum do operoso povo paraibano.
Como nenhum grupo político cede, a briga se repete em ciclo vicioso, prejudicando um Estado, cujo povo é batalhador e incrivelmente talentoso.
Creio que é preciso e urgente uma reforma das consciências políticas para mudar esse quadro".
Pedro Nunes Filho é escritor
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