domingo, 9 de outubro de 2011

Parque nada divertido

A Prefeitura de Guarabira, cuidadora e disciplinadora do espaço urbano, pelo menos em tese, consente e autoriza a instalação, em áreas nobres como a praça Lima e Moura, no centro da cidade, de brinquedos de parques de diversão toscos, velhos e inseguros. A montagem dos mesmos, além de destruir calçadas, com tornos fincados para apoiar suas armações, deixa expostos cabos elétricos velhos e com isolação precária, criando sérios riscos para os que se aventuram entre becos que sobram do passeio público, sem contar com a invasão do pavimento asfáltico, complicando o já caótico trânsito da cidade.

No Rio de Janeiro, recentemente, um desses parques foi palco de grave acidente com desfecho trágico, fato amplamente divulgado pela imprensa nacional.
A recorrência dessa prática em Guarabira pela Prefeitura só não é maior do que a omissão e o descaso com a limpeza urbana e o trânsito. Este fato, a meu ver, interessa aos Bombeiros, Ministério Público e Conselho Tutelar e, este último, pelo menos do ponto de vista legal, tem como incumbência zelar pelo bem estar das crianças.
Como se não bastasse, numa sociedade cada vez mais violenta, crianças têm acesso livre a espingardas de ar comprimido, com as quais treinam suas pontarias. Tendas de jogos de azar como roletas e vísporas, também são acessíveis ao público de todas as idades. Pasmem! Tudo isso em comemoração à semana da criança.
Ninguém de bom senso pode se opor se o poder público, exercendo seu verdadeiro papel, proporcione às crianças diversão segura e recreação, não só na semana da criança mas em caráter permanente. Tiro a alvo, jogos de azar e parques que colocam a vida das pessoas em risco, sem dúvida não podem ser incluídos nesse cardápio.


Os operários que dão suporte a exploração comercial desses parques, qual sejam: montadores, bilheteiros e barraqueiros de uma maneira geral, habitam seus próprios empreendimentos. Dormem, tomam banho, lavam roupas, urinam em garrafas e defecam em sacos plásticos. A fedentina denuncia a promiscuidade e a imundície desses verdadeiros acampamentos.
Nessas barracas também são preparadas batatinhas fritas, cachorros quentes e outras guloseimas típicas. “Gatos” (ligações clandestinas de água) são feitos nas torneiras de irrigação das praças. Louças e talheres são lavados em bacias plásticas imundas, tudo isso sob o olhar leniente e a omissão dos que em vez de cuidar da cidade professam a máxima do “quanto pior melhor” ou, de outra feita, “eu não tenho nada com isso”.

Desejo sinceramente nunca perder a capacidade de me indignar com esses e outros desmandos à minha volta.
Publico pois as imagens seguir, como um documento fotográfico de mais essa agressão aos guarabirenses. Algum arquivista implacável o manterá, submetendo-o oportunamente à ótica histórica e associando-o à imagem daqueles que permitiram que Guarabira chegasse a este grau de decadência.


Alexandre Moca


Postado por Cid Cordeiro

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