Depois de ouvir por alguns dias as teses de que a Fiat e o governo de Pernambuco iriam barrar a contratação de paraibanos para a fábrica que será instalada em Goiana, o governo Ricardo Coutinho (PSB) rompeu o silêncio e fez um verdadeiro desabafo.
Ele classificou como uma extrema mentira a tese de seleção excludente. E, em trechos de nota escrita a própria mão, classificou-a como “mentira descarada”, resultado de má-fé.
“Por mais esforço mental que alguém possa fazer, seria meio surrealista alguém acreditar que, em pleno século XXI, uma empresa, ainda por cima, a maior multinacional fabricante de veículos do planeta aceitaria que algum governo ou instituição restringisse a contratação de empregados a limites municipais. A Fiat vai contratar os empregados que ela julgue estarem preparados, naturalmente, sem levar em conta se esse torneiro-mecanico ou soldador reside aqui ou acolá. Quanta bobagem, ardentemente repetida, como se não houvesse outras pautas verdadeiras e meritórias para merecer a preocupação da Paraiba”, disparou o governador paraibano.
Ele anunciou e confirmou que o governo da Paraíba vai oferecer cursos de capacitação para preparar os paraibanos que estiverem interessados em trabalhar não apenas para a fábrica da Fiat, mas para todas as empresas fornecedoras que vão alimentar a cadeia produtiva da empresa.
Para Ricardo, o que houve foi a deturpação da convocação por parte do governo pernambucano para trabalhadores de Pernambuco que esteja interessados em se preparar para trabalhar na Fiat.
“O motivo da descarada deturpação (mais uma...) é o anuncio da oferta de vagas para formação de mão-de-obra especializada, pelo Governo de Pernambuco, através do SENAI, onde, por razões obvias e ululantes, o governo daquele Estado prioriza formar pessoas daquele Estado. Eles inscreveriam gente de onde, por acaso? Alagoas, Paraiba, Japão...? Claro que eles vão formar profissionais pernambucanos. O Estado da Paraiba, por exemplo, atualmente, abriu seis mil vagas, através do Sistema S, para cursos de formação profissional nas mais diversas áreas e só inscrevemos pessoas que moram na Paraiba. Outros cursos que iremos realizar, mais direcionados às atividades laborais próprias de um complexo automotivo, também e naturalmente, faremos para pessoas que residam em nosso Estado. Alem disso, quem contrata trabalhadores para fabricas não é o governo da PB ou de PE”, disse Ricardo.
Revoltado com o que chamou de mentira descarada, o governador passa um carão, especialmente, nos senadores Vital do Rego Filho (PMDB) e Cícero Lucena (PSDB): “Agora, o mais chocante, confesso, não é nem a ignorância. É a má-fé. Já imaginou o que fazem dois senadores e alguns deputados, gente com a responsabilidade de ocupar tribunas parlamentares por onde passaram grandes nomes da política brasileira, em bradarem alto e em alto tom que "paraibanos estariam sendo proibidos de trabalharem numa futura fabrica que está em território brasileiro".
Ao final, lembra que a oposição está desesperada porque em 2012 a Paraíba vai sair de um patamar de R$ 450 milhões de investimentos por ano para R$ 2,5 bilhões.
“Não preciso dizer mais nada”, finalizou.
Luís Tôrres
Postado por Cid Cordeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário