Em foto de Lula Marques (Folhapress), Sarney abraça Renan
A impossibilidade de o senador José Sarney (PMDB-AP) se reeleger presidente do Senado em fevereiro de 2013, e a nova configuração de forças da bancada do PMDB na Casa precipitaram a disputa interna de poder no maior partido da base governista.
O líder da legenda, senador Renan Calheiros (AL), já se movimenta nos bastidores em uma campanha silenciosa, mas visível, para manter o "reinado" da dupla que há mais de uma década está à frente do comando do Congresso e da interlocução com o Palácio do Planalto, ao lado do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O desafio de Renan é construir um novo projeto de poder que lhe permita sonhar com a volta à presidência do Congresso. A pressa em iniciar as consultas e acertos internos na bancada se justifica porque o quadro atual já aponta para uma disputa dura, com pelo menos três nomes de peemedebistas com cacife político e disposição para brigar pela sucessão de Sarney.
Apesar de o quadro ser complexo e desfavorável, Renan aproximou-se do grupo de independentes conhecido como G8, que aportou no Senado contestando sua liderança sobre a bancada de 19 senadores, para minar sua coesão. Começou por convocar reuniões de bancada para ouvir os liderados, retomando prática que ficara esquecida ao longo de todo o governo Lula. Além disso, também tratou de afagar os descontentes com relatorias importantes, mesmo que os nomes não fossem do inteiro agrado do governo.
No estilo "morde e assopra" da dobradinha com Renan, Sarney recuou do apoio da bancada ao texto de Aécio. Adotou o discurso de que o fundamental não era a comissão de admissibilidade que assustava o governo, e sim garantir prazo para que os senadores examinassem as MPs que vinham da Câmara à última hora.
Estadão
Cid Cordeiro
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