A decisão da ministra Ellen Gracie de antecipar sua saída do Supremo Tribunal Federal tem muito a ver com o clima na Corte nos últimos meses.
Desde o processo do Ficha Limpa, os ministros – que nunca formaram, digamos, uma fraternidade – estão em pé de guerra. Um ataca o outro, sem cerimônia, em ambientes públicos, como restaurantes, por exemplo, ou festas abertas.
A demora na nomeação da vaga que acabou ficando com Luiz Fux, a licença do ministro Joaquim Barbosa e a expectativa de votação do processo do mensalão foram fatores que pioraram as relações entre os magistrados da Suprema Corte do país.
Soma-se a esse ambiente de trabalho nada salutar, o momento de vida de Ellen Gracie, que terminou um relacionamento com o ex-deputado Roberto D´Ávila e isso só aumentou a sua vontade de passar um tempo fora do país – longe do círculo de amigos em comum e, se possível, com uma vaga numa corte internacional.
Discreta, a ministra comunicou sua decisão diretamente a presidente Dilma Rousseff, que pediu a seus auxiliares nomes possíveis para a vaga. O tema será discutido na segunda-feira.
A substituição, na avaliação de magistrados, de forma alguma pode repetir a demora da última vaga – sob pena de desgastar ainda mais a relação entre os poderes e no seio do próprio Poder Judiciário – mas, claro, sempre terá como pano de fundo a tensão pré-mensalão.
Até os amigos mais próximos da ministra Ellen Gracie ficaram surpresos com sua saída do Supremo Tribunal Federal.
Nenhum comentário sobre sua intenção foi feito em recentes encontros com, pelo menos, dois colegas de toga, que consideravam as notícias sobre a aposentadoria meros boatos.
Ellen Gracie, segundo o site Consultor Jurídico, deixa o STF no dia 8 e seu pedido de aposentadoria já cumpriu os tramites administrativo no tribunal e está no último estágio do processo: o ofício enviado ao Ministério da Justiça.
Poder OnLine
Postado por Cid Cordeiro