segunda-feira, 16 de julho de 2012

Continuação da greve dos professores universitários é pedra no sapato de Mercadante

A rejeição da proposta do governo de reajuste aos professores universitários está tirando o sono do ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Se não conseguir um acordo em breve, o ministro pode ter prejudicados seus planos de usar a pasta como catapulta para projetos eleitorais futuros.

Depois do êxito de Fernando Haddad no PT, que saiu do Ministério da Educação diretamente para a disputa pela maior prefeitura do país, em São Paulo, Mercadante sonha trilhar o mesmo caminho rumo a 2014. A atitude de “candidato” do ministro pode ser notada, especialmente, em cerimônias públicas. Há algumas semanas, em solenidade de lançamento de incentivos econômicos no Palácio do Planalto, despertou a atenção dos presentes a forma como Mercadante aproveitou o pacote de estímulos para a Educação para capitalizar os holofotes.

Ele fez sucesso com as dezenas de prefeitos presentes à cerimônia porque a pasta que comanda será responsável pela distribuição de 8,5 mil ônibus escolares, 3 milhões de carteiras escolares e 1,2 mil quadras esportivas. Medidas que, em ano eleitoral, são traduzidas em votos. Encerrado o evento, os prefeitos correram para se pendurar no pescoço do ministro, amontoando-se ao seu lado para tirar fotos. Por mais de meia hora, Mercadante mostrou-se disponível e posou sorridente para as câmeras, já de olho no aumento de popularidade que prepare terreno para uma possível candidatura ao governo de São Paulo.

Vendo a cena, um petista resumiu: “O homem distribui tantos ônibus, equipamentos, faz escolas, que todo prefeito quer sair com ele na foto, eles ficam loucos. E quanto mais foto o ministro tiver pelas prefeituras, mais popular ele vai ficando”.

Júnia Gama é repórter do Globo em Brasília

Postado por Cid Cordeiro

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