quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Brasil tem mais de 14 milhões de analfabetos acima dos 15 anos, diz Ipea


Uma pesquisa divulgada pelo Ipea, nesta quinta-feira, mostra que o Brasil tinha no ano passado mais de 14 milhões de analfabetos acima dos 15 anos, o equivalente a 9,7% da população nesta faixa etária. Em 2004, o número de brasileiros que não sabia ler e escrever era de pouco mais de 15 milhões. Ou seja, em cinco anos, a redução no número de analfabetos foi de 7%.

A maior parte dos analfabetos com 15 anos ou mais está concentrada nas regiões Nordeste (18,7%) e Norte (10,6%). Para se ter uma ideia das diferenças regionais, a média do Nordeste é o dobro do índice nacional, enquanto a taxa da Região Sul (5,5%) se aproxima da metade. Desta forma, o analfabetismo entre pessoas acima de 15 anos ou mais no Nordeste é cerca de 3,4 vezes maior que no Sul. Em 2004, oito estados nordestinos tinham índices superiores a 20%. Cinco anos depois, esse número caiu para três. No Sudeste, o índice de pessoas que não sabem ler e escrever é de 5,7% e no Centro-Oeste, 8%.

Alagoas é o estado com o maior índice de analfabetismo nesta faixa etária (24,6%), enquanto Amapá possui o menor percentual (2,8%). O estado, aliás, foi o destaque da pesquisa: entre 2004 e 2009, reduziu em 65,8% a taxa de analfabetismo. No Sudeste, o menor índice é o do Rio de Janeiro, com 4%. Na região, foi também o estado que mais diminuiu a taxa no intervalo pesquisado (18,4%). )

O estudo revelou ainda que o analfabetismo é maior nas áreas rurais (22,8%) do que nas urbanas (7,4%), entre negros e pardos (13,4%) do que entre brancos (5,9%), entre homens (9,8%) do que mulheres (9,6%). Apesar destas diferenças, é na renda que está a maior disparidade. O analfabetismo entre pessoas que se situam na faixa de renda familiar per capita maior que três e menor do que cinco salários mínimos é cerca de 20 vezes menor que as pertencentes à faixa de até um quarto de salário mínimo.

Analfabetismo funcional atinge quase 16 milhões de brasileiros acima dos 15 anos

A pesquisa do Ipea calculou também o número de analfabetos funcionais, que no Brasil são aqueles que têm menos de quatro anos de estudo e, embora saibam ler e escrever, têm dificuldade de entender um texto, por exemplo. Já são 15,6 milhões de pessoas acima dos 15 anos nesta condição, o que representa uma taxa de 10,7%. Entre 2004 e 2009, houve uma redução de cerca de 1,5 milhão de analfabetos funcionais.

Os analfabetos funcionais estão concentrados nas regiões Norte (12,6) e Nordeste (12,4%). O Centro-Oeste tem a terceira maior taxa (10,6%), seguido pelo Sul (10,6%) e Sudeste (9,6%).

O Ipea faz uma ressalva: a taxa de analfabetismo funcional tende a ser afetada pela redução do analfabetismo, já que uma parcela considerável dos que se alfabetizam ingressa na categoria de analfabetos funcionais.

O somatório de analfabetos convencionais e funcionais, os chamados subescolarizados, corresponde a cerca de 1/5 da população de 15 anos ou mais.

Fonte Ipea

A educação é uma ferramenta extremamente útil para combater a pobreza e a desigualdade, elevar os níveis de saúde e bem estar social, criar as bases para um desenvolvimento econômico sustentável e a manutenção de uma democracia duradoura. Por este motivo a educação foi incluída na lista dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, que fixou para o ano de 2015 a data limite para alcançar 100% de educação primária para todas as crianças do planeta.

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