quarta-feira, 14 de julho de 2010

Delegado Derly Brasileiro admite que Polícia Federal não tem como prevenir crime eleitoral

O delegado Derly Brasileiro, da Polícia Federal da Paraíba, falou na tarde desta terça-feira (13) sobre como a instituição está se preparando para as eleições gerais deste ano e fez uma análise sombria sobre o pleito. Brasileiro destaca, por exemplo, que atualmente é “quase impossível” a PF prevenir o crime eleitoral e chega a dizer que tem a impressão de que durante as eleições vem “combatendo fantasmas”.

Ele explica que a principal preocupação e prioridade máxima da Polícia Federal neste ano é dar mais celeridade aos inquéritos policiais que forem abertos. “Temos que fazer com que as investigações policiais eleitorais sigam o curso determinado pela lei e concluí-los antes da posse do candidato que eventualmente vencer de forma escusa”, destacou.

Derly Brasileiro defende penas mais pesadas contra quem comete crime eleitoral e diz que a celeridade fará com que de fato os políticos sejam punidos. “Não podemos deixar que alguém culpado cumpra todo o seu mandato porque simplesmente a justiça não o julgou em tempo hábil”, enfatiza.

Ao falar sobre a corrupção eleitoral existente no período de campanha, Derly adota um discurso igualmente duro. “Posso dizer com segurança que em geral o eleitor é até mais corrupto do que o candidato. São os eleitores quem muitas vezes procuram o candidato com o interesse de comercializar sua consciência”, lamentou.

Mas ele avisa que, apesar das dificuldades, todo o crime eleitoral cometido será investigado por inquéritos abertos pela Polícia Federal, que permanecerá atuando de forma mais atenta durante os próximos meses. “Tudo será investigado”, declarou, admitindo que o crime mais comum e mais difícil de provar é o da compra de votos.

Ele pondera, contudo, que não vê necessidade de convocar para a Paraíba a presença de tropas federais no dia da eleição. “O clima no Estado até agora é de tranquilidade. E depois, a democracia não combina com a presença ostensiva de tropas”, concluiu.

Paraiba 1

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